sábado, 2 de maio de 2015

Sangue corre.

O sangue agora corre como água. Eu falhei.
Por todo lado, o sangue corre. Sem cor.
Eu falhei. Eu morri. Eu matei.
Vi nos teus olhos, a cor mais bela.
Vi na tuas asas, tão desejado coração livre.
Coração. Armadura sofrida. Arranhada, destruída. E insiste em se refazer.
Eu lutei por ti, por cada momento e sorriso.
A guerra acabou e agora, sangue corre.
Nas asas que já não voam mais. Nos olhos que nada veem.
No coração que nada sente. Que nunca mais voltará a se refazer.
Deixei o que eu mais temia, ganhar de mim.
Tomar conta da alma mais pura, no meu lugar.
E agora, sangue corre.
Sem vida, corre.
Sem cor.
Nada simboliza, agora só corre.
A maldição da existencia sem vida.
Quando aprendemos a separar alma de corpo e fazemos a escolha errada.
Eu deixei, querendo proibir.
Você se foi. Eu o vi partir.
Arranquei de ti, teu sorriso.
Do teu, o meu.
E agora sangue corre, sem colorir o chão.
Sem dar significado. À alma, à guerra, à nada.
Apenas corre. Com o tempo. Como o tempo.
Corre e leva. Leva, lava.
Lava a cor mais bela, o coração livre e a alma mais pura.
E todo o amor de quem agora o sangue corre.
Apenas, corre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário