terça-feira, 11 de setembro de 2012

Saí por aí.

Eu saí por aí sem rumo.
Sem a cabeça no lugar, sem uma direção aos olhos.
As ruas eram desconhecidas, os passos confusos.
Os rostos embaçados, não me lembro de nenhum.
As vozes tampouco se manisfestavam, não entendi nenhuma.
Saí por aí distribuindo sorrisos.
Pobre solitária que sou.
Distribui ignorância e esquecimento.
E recebi em troca uma faca destinada a meu suicídio.
Eu sai por aí vendo o sol brilhar.
Pensando que as brisas levariam minha dor.
Pensando que as horas me trariam algo bom.
Pensando que o dia seria diferente da vida.
Sem lembrar que são iguais.
Saí por aí sem vontade de voltar.
E não é o que pretendo fazer.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Boba.

Reviro em pensamentos a minha mente.
Reviro em lençóis a mim mesma.
As lágrimas fortemente atraídas por um travesseiro.
Criança boba que ainda brinca com fogo.
De tanto que me queimo, me faço do cinza do céu.
E o vento podia me levar com ele. Pois eu não quero ver a chuva acontecer.
Leve e seca, assim que quero ser.
E não quero que a chuva venha sobre mim como um peso.
Me prendendo por ele.
Me desmanchando por ele.
A chuva só parece queimar.
Criança boba que ainda pula em poças d'água.
De tanto brincar, fica doente.
Incapacitada de vida, parada numa cama.
Vendo apenas a chuva escorrer pela janela do quarto.
Revirando a cama em agitação, ao desejo de brincar na rua.
Criança boba que fica andando em ruas desertas.
Correndo qualquer perigo.
Sem risco de ajuda.
Se queima, fica doente e em ruas desertas.
Criança boba que acha que irão cuidar dela.
De tanto que não se cuida vai acabar morrendo.
E vai morrer sozinha.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Um novo dia.

Lembro-me do sol embaçando minha visão.
Acordando todo dia ao som de uma composição.
O sol que a minha janela não mais deixa entrar.
Uma pequena luz que me faz lembrar.
As cores aos poucos se esclareciam.
As gotas de chuvas restantes partiam.
Inércia que me puxava de volta a cama.
Impulso do sorriso que ama.
As minhas ruas, em palavras, traduzidas.
Os primeiros passos iniciando minha ida.
Lembro pelo caminho em que eu ia.
Da nuance dando novas cores a um novo dia.
Não me importando onde estou.
Mas onde eu chegaria.
Da queda, me levantava.
Da dor, me curava.
Os cortes, eu ignorei.
Lembrando do motivo porque me levantei.
Querendo ver o cair da chuva ao dia terminar.
Na escuridão da noite, com um sorriso a brilhar.