terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O tempo.

É uma pena que tenha tão pouco tempo contigo.
Somos como cenas de filmes.
Uma hora e meia de um filme açucarado.
Uma hora e meia que eu repetiria o dia todo.
Todos os dias. E você sabe, eu nem mesmo gosto de romances.
Mas foi de um romance que tirei aquele poema.
E você deve ter saído de algum, também.
Com as paginas amareladas pelo tempo.
É uma pena que tenha tão pouco tempo.
Os romances amarelados são os melhores e mais resistentes.
E você sabe, eu nem mesmo gosto de amarelo.
Mas todas as nossas lembranças vão amarelar.
Todas as fotografias que tirei enquanto te olhava.
Todo passo em sintonia, todo batimento de harmonia.
É como se o dia, parasse.
É como você parado na porta, me olhando.
É como eu te olhando, parado na porta.
Como se parasse o tempo.
E tudo passasse devagar.
Queria eu que passasse.
Passasse devagar o tempo pelos dias.
O brilho do sol pelos teus olhos.
Teus lábios sobre mim.
O brilho do teu sorriso sobre meu rosto.
E você sabe, eu nem gosto de coisas brilhantes.
É uma pena que tenha tão pouco tempo.
Vejo a lua surgir e sinto a cidade esfriar.
Vejo nuvens passarem devagar, embora o tempo passe depressa.
É como dançar com você, uma música só.
3 minutos de melodia, um dia inteiro eternizado.
E aquele momento nunca vai acabar.
Você tão perto de mim e nossos pés tão atrapalhados.
Com olhares determinados, determinando sorrisos.
Eu nem sei mais por qual dos milhares de motivos, eu sorrio quando estou do seu lado.
E você sabe, eu mal gosto de sorrir.
Mas aprendi a gostar.
A gostar do seu, que gosta do meu.
A gostar do meu, que gosta do teu.
E no fim do filme, você é a sentimento do romance.
A inspiração do poema. A luz das fotografias.
É uma pena que tenha tão pouco tempo.
Quando nem a eternidade é o suficiente.