quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Circo de lágrimas.

De canto, de lado.
Fria e solitária.
Aqui estou eu, neste circo onde palhaços choram.
O circo pode ser algo totalmente ao contrário do que pensam.
Ao ver sorrisos em nossas faces, em risos forçados as pessoas caem.
Pagam em busca de uma felicidade barata e ilusória.
Mas por trás dos holofotes, por trás da lona e da maquiagem, é algo bem diferente.
A vida no circo, pode ser considerada como a mascara de maquiagem que usamos. Parece que estamos sempre sorrindo, mas é falso.
Quando somos crianças, é tudo muito fácil. Somos "fofos", fazemos besteiras e então todos riem. Sem razão alguma. Mas ninguém pensa em como pode ser duro trabalhar tão inocentemente.
Não sabemos o que fazemos e nem o que fazem conosco. Sabemos que fazemos aquilo. E não sabemos nem o porquê.
Até que um dia a inocência já não faz mais parte de nós. E então temos que trabalhar mais ainda. Explorar talentos. Colocamos membros nossos e até vidas talvez em risco. Coragem e equilíbrio podem doer.
É aí que começamos a entender a exploração. Qual nosso destino. Quem o traçou.
E por mais que em nossa face apareça um sorriso, é o nervosismo e até mesmo o medo que nos traz ali. O medo de ser um fracasso. A raiva de ter que se preocupar com isso.
Até que o amadurecimento vem. E nós aprendemos a conviver com aquilo. Sempre mandados. Agora profissionais, nada nos para mais.. Entramos no jogo dos negócios. Riem de nossa cara, da nossa humilhação. E nós percebemos quem são o nosso publico. Com aplausos que podem ser falsos na mão. E poucos deles, se põe a admirar.
E então, começamos a deixar de ser mandados para mandar. Temos nossa entrada no show, e apresentamos aqueles que impressionam no nosso lugar. E então descemos do nosso palco e assistimos. Assistimos e lembramos.. até que os holofotes se apagam totalmente para nós, as cortinas se fecham, os aplausos param.
Temos memórias a se esvaecer.. Até que a memória de nós some a mente de todos.
Fora dos palcos, é muita coisa a se enfrentar.
Mas agora são os palcos que eu tenho que encarar. Pelo menos nesses momentos de nossas vidas podemos brilhar.
Este é o meu destino e um dia será a minha história.
História de uma circense com lágrimas no olhar.
Neste circo onde palhaços se põem a chorar.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Espelhos.

Dizem que os espelhos refletem a nossa alma. Por isso, costumo ter medo deles.
Medo do que está oculto e dentro de mim. Medo do que eu tenho e não posso fugir.
Me surpreenderia com o quão boa eu posso ser. Ou quão ruim. Tudo ou nada, sem saber.
Alguns cobrem seus espelhos com pavor do que podem passar a ver. Algo velho que possa ser medonho, mas agora sem nada a esconder.
Quebrar sua alma podem lhe dar sete anos de azar.
O que me resta é encarar.
Vejo minhas sombras se refletirem. Elas representam um outro lado de mim. Que todos tem.
Minha imagem e movimentos são os mesmos. Mas o olhar podem me mostrar algo mais.
O medo, o receio..
O suar frio, o engolir seco.
Talvez não assombrações mas a verdade sobre si mesmo.
A verdade que todos tem medo.
A verdade diante do espelho.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um pouco de paz.

Esta luz que atravessa minha janela que me causa dor. A dor me acorda.
Involuntariamente desperto.
Está muito cedo, mas os primeiros raios já conseguem me cegar.
Vento frio da manhã de um novo dia, sopro gelado de mais um tempo de vida com clima morto.
Fecho a janela. Não quero esta luz a invadir meus sonhos. Nem esse frio que me chama para o que tem o apelido sem lógica de vida.
A paz agonizante que almejo na escuridão. Me perco em sentimentos vazios. 
Nesse cantinho pequeno e escuro encontro, por mais estranho que possa parecer, harmonia. Entre mim e minha consciência.
Não quero abrir minha porta para o mundo.
Quero continuar com minhas pelúcias e sonhar. Sonhos que me levem para algum lugar. Que me deem o minimo sentimento de vida para poder aguentar.
É triste ouvir a minha situação através da porta do meu quarto, nesse exato momento.
Meus olhos, cadeias avessas. A cada vez que os fecho, algum sentimento aprisionado escapa.
Me decepciona, o quanto coisas tão boas quantos sonhos, possam me iludir.
O que nos tornamos enfim? Amantes do nosso próprio espelho que refletem os nossos erros.
Ah, se algo como aqueles raios de sol pela manhã pudessem realmente me cegar. Ou até mesmo me matar.
O que me protege são as quatro paredes do meu quarto.
Os gritos, as lagrimas, as palavras vazias de consciencia com o ódio que a substitui.
Esse silêncio de luto pelo seu particular, que me invade e me corrói.
Queria que pudesse esconder tudo de mim, ao invés de me esconder de tudo.
Não é medo que tenho. É desprezo.
Me vejo caindo em pensamentos e quando meus olhos voltam a realidade me pego olhando para o teto.
Viro minha cabeça e vejo uma parede. Talvez, que me proteja de tudo, mas é algo de que enjoo.
Viro novamente e vejo uma janela. Aquela mesma que eu fechei. Como uma simples janela, só me dá uma visão mais ampla daquilo que não me agrada. Como um fim da vida, me dá o começo de uma paz e descanso eterno. Longe de tudo isso.
O silencio após os gritos.. os movimentos desleixados.. o tempo sem vida. Os pensamentos rápidos, dores que permanecem..
O café de ontem que agora está frio, continua na mesa. Aquele batom que nunca acaba.
As lembranças ruins que agora me fazem falta, continuam em minha mente. Essa dor que nunca acaba.
É a mesma rotina. Mesmas lembranças. Novas dores.
Esse deja-vú que nunca passa.
As horas que passam e se repetem.
Os tempos que vivem a se repetir.
Talvez esse não seja o melhor lugar.
Mas encostada nessa parede, este é meu refúgio.
Onde posso seguir o coração e escutar minha mente.
Onde pensamentos me vem e me contém. 
Onde lagrimas me confortam.
Onde tenho um pouco de paz.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Boneca de porcelana inquebrável.

Ela pode ser bem estranha.
Carinha de boneca, personalidade sem alma.
Não a julgue pelos seus atos, é culpa da sua história e de quem a escreveu.
Uma caixinha de segredos assustadora e atraente. Totalmente intocável.
Você pode pensar o que quiser sobre ela.
Acima de tudo, ela é uma mutação, um enigma impossível.
Ela é forte como aço, mas já foi quebrada um dia.
O monstro como consequência dos outros. Os que a criaram e a deixaram largada.
Agonizando, num ultimo suspiro ela absorveu a poluição da alma de cada um.
Ela se tornou no pior espelho deles mesmos.
Ela mostrou que eles eram seus próprios pesadelos. Os fez tomar do seu próprio remédio.
Ela é a essência-veneno da sua vida. É o que precisa, mas o que não quer. Ou o que quer, mas não precisa. Sempre na medida certa.
Ela é uma boa atriz. Te fará de marionete, num show onde ela é a estrela.
Ela irá te largar para conquistar a plateia. Por ser o inalcançável.
Te fará se sentir terrivelmente mal.
Por dentro, ainda há um anjo. Só que não há ninguém bom o bastante para despertá-lo.
Ela é perigosa, manipuladora, calculista e cruel.
Pode te torturar num sorriso. Te mata num olhar.
Ela ainda ama. Sim, ama a si mesma e seu jeito de ser.
Depois de sofrer, aprendeu o que é viver.
Sua bondade agora é sua melhor arma.
Como um desafio invencível, é atraente, te fará amá-la e sempre irá perder.
Cuidado.
Um dia ela foi o jogo, hoje ela é a jogadora.
Sem adversários.
Não se arrisque.
Não se alie. Ela joga sozinha.
Quer vencer? Afaste-se do seu brutal caminho para o topo.
Caso contrário, ela irá tirá-lo ou te usar como escada.
Para ir longe, ela fará o que puder.
Siga seu caminho livre, fora do seu olhar.
Esse é o único jeito de sobreviver no jogo dela..
Não jogue, não perca.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Amor psicótico.

Dores incriveis e inexplicáveis.
São as melhores dores que já senti.
Minha cabeça confusa, fico louca.
Louca de dores por ti.

Um sentimento que me corrói.
Me deixa angustia sem me machucar.
Me faz cada vez melhor.
Seu toque a me queimar.

Ao piscar, fico num canto escuro.
Por um segundo, a doença me deixa e me sinto cada vez pior.
A solidão é pior que a dor.
Me sinto só, me sinto sem amor.

E ao tentar medir o amor e o ódio
que tenho por você me adoecer.
Os gráficos não param.
Sempre a enlouquecer.

Com o teu amor e meu ódio por tal
No meu pensamento neurótico, paro num tipo de hospital
E essa overdose de loucuras me mata e me dá vontade de viver.
Para ficar ao teu lado e ter uma overdose de você.

Odeio ficar aqui.
Mas mesmo doente, não sinto como se fosse ruim.
Pois amo ficar doente,
para ter você do meu lado, a cuidar de mim.

É como se fosse me por para dormir
Num sono profundo ao teu lado
Num beijo me acorda
Pois sem tua imagem, meu olhar fica desesperado.

Tu és meu oasis.
Meu paraíso falso numa miragem que é você.
Eu ando nesse deserto com teu doce veneno.
Que me mata, me hidrata e me ajuda a viver.

Meu conto de fadas psicótico.
Meu principe me salva e me prende com seu amor.
Você me dá as chaves falsas da sua torre,
E ao invés de chorar, rio com a dor.

Me dá uma facada pelas costas,
No meu peito, um curativo.
Me tortura, me machuca.
Meu ódio e amor ativos.

Eu amo teu jeito de me matar.
Eu amo teu jeito de me fazer querer viver.
De nunca sair do meu lado.
Feliz para sempre a morrer igualmente a você.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jogos.


Esse era o plano.
Brincar com meu coração, com meus sentimentos.
Desse jogo, eu sou a peça. Meus sentimentos são os adversários.
Ele está vencendo.
Ele sabe meus pontos fracos. Ele sabe como me derrotar. Derrotar de um forma tão doce, suave e serena.
É quase irresistivel me perder ao jogo dele.
Ele só não venceu ainda por um unico fato.
Uma falha no jogo; ele não esperava que o jogo fosse levado a sério.
Agora, a peça não quer, não pode e não vai sair. A peça gosta de ser derrotada. A peça virou sua pior adversária.
Adversária que ele criou. Ser derrotada nunca foi tão bom e vencer por isso, melhor ainda.
Ele sabe que a peça é dele. Os meus sentimentos viraram sua própria peça contra ele. Uma armadilha.
Mas ele não pode destruir sua peça. E não pode deixar que ela o vença. Ele acaba de virar sua peça.
Ela não vai deixar que termine esse jogo.
O jogo só acaba quando morrem os reis. Ele é um rei. Ela o protege. Não quer que ele morra.
Ele quer vencer. Mas só pode vencer perdendo.
Um ciclo vicioso.
Cabeças rolam ao decorrer do jogo. E depende, somente dela que rolem.
Mas ela não se move. Assim, num reflexo, o jogo todo para por causa dela. A peça. A peça venceu o jogo. Virou. Dominou. Venceu.
Os adversários agora estão parados, na palma da mão dela.
Mas esse não é o objetivo? Ganhar com todas as peças? Ela ganhou todas as peças. Todas as peças se resumem, agora, a ela.
O curso do jogo mudou. Ele se rendeu sem saber. Deixou se mover por ela como ele a movia.
Esse jogo não recomeça, só tem um começo e um fim. Tome cuidado com o que e como joga. Os movimentos. Reflexos. Tempo e local é essencial.
Olhe isso, faça aquilo, pense bem, mas pense rápido. O tempo corre e o jogo também. Não pare no mesmo lugar se esse for o errado. 
Ah, a vida e seus jogos.