quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Doente.

E se todas as dores que eu sinto, fazem mal, sinto que estou apodrecendo por dentro.
Aqui estão, todas as cicatrizes e dores, escondidos por um sorriso, tão falso e terminável como alguns amores.
Estou desnorteada, não sei o que fazer, pra onde ir, se devo ficar, se devo sair.
Me sinto doente.
Repleta de lagrimas invisíveis a olho nu.
Num próprio inferno que de mim transborda e é guardado no meu travesseiro.
Não me sinto bem. Não consigo sorrir. Não quero acordar. Não quero sair. Apenas não quero.
Cadê a luz do sol? Não aquela que vejo todos os dias, aquela que iluminava todos eles.
Não consigo sorrir sem enjoar, não consigo dançar sem ficar tonta, não consigo falar sem me sentir mal.
Como estar tão cheia e ser tão vazia?
Cheia de mágoas, de pensamentos, de palavras entaladas na garganta, de sentimentos reprimidos.
Vazia de vida.
Aqui não há mais nada. Não há uma criança, uma adulta, uma pessoa e quem sabe, uma alma.
Virei apenas uma casca com um postura impecável, um sorriso de vidro e várias histórias me apodrecendo e me matando, tirando de mim, tudo o que há de bom. Tudo o que é vida.
Mas quem sabe, pouco a pouco que se acumula, a água rompe esta represa, a qual eu chamo de máscara.
E daí, limpo minha mente, limpo minha alma, limpo e restauro tudo o que tinha e restou de mim.
E então.. vou aos poucos reconstituindo minha mascara, de acordo com o quão falso se oculta aquele meu sorriso. E vou reconstituindo, reconstituindo. Para usar novamente.
Até que eu não precise mais.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Contos simultâneos.


Aquelas pegadas, visualizadas na areia, aquelas ondas, aquele por-do-sol, e aquelas nuvens que já o apagaram algum dia, mas que também já anunciaram, um luar fascinante, uma chuva romântica que já deu origem  a passos de dança e seus espetáculos.
Aqueles que apreciaram esses espetáculos, aqueles que criticaram, aqueles que nunca viram e aqueles que são viciados. Viciados em música, viciados em arte, viciados em história. História aquela que é criada por todos ao redor do  mundo, algumas não são publicadas, algumas são. Alguma voluntárias, outras não.
História daqueles que choraram, e dos que fizeram chorar. Dos que amaram e dos que passaram a odiar.
Daqueles que finalizaram seu capítulo e aqueles que ainda vão criar.
Que são emocionantes e que ainda vão emocionar.
Seja seu publico ou o particular.
Particular aqueles segredos que se compartilham com amigos, amigos quem gostamos, amigos quem amamos. Amamos pessoas, amamos alguém. Amamos aqueles momentos, amamos aquele jeito, amamos aquela pessoa. Pessoa certa ou errada, até que se encontra qualquer uma que seja a perfeita. A perfeita será a certa.
A errada, ficará sozinha seguindo seu caminho, com seus motivos pra estar lá, a encontrar a certa pra si. A certa tem uma personalidade, uma história, e tem seus milhões de passos. Que completa ao outro, se completa e nunca irá se separar. Buques são jogados, e do outro lado, corações são quebrados.
Lagrimas derramadas, palavras sem consciência desperdiçadas, mais um subtítulo doloroso para o capitulo simultâneo de um.
Dor. Dor daquele que perdeu a vida para as coisas ruins que nos cercam a todo instante. Daquele que nasceu sobre a consequências de outro. Daquele que emociona por sua esperança de uma nova vida pra si pelo fim do capitulo de outro. Daquele que pode sorrir depois da dor. E daquele que já não pode mais.
Dor daqueles que perderam a ultima frase do capitulo de quem já não pode mais escrever. Funeral. Mais um buquê jogado, mais lagrimas derramadas, mais dores..
E no fim, temos apenas um resumo de mais uma história sendo enterrada conosco. De nossa história.

Sonhos.

Minha voz indo tão longe, minha mente se perde, meu olhar vazio, meus sonhos as seguem.
Minhas emoções se espalhando em palavras repentinas.
Eu poderia ir um pouco mais devagar, mas quando há um oportunidade ela corre, e se não corrermos atrás, ela some.
Eu não posso deixar minha felicidade ir.
Se não, as únicas coisas que ficam são os meus sonhos e a realidade de que ele não vão se realizar.
E do que há a dor de se machucar? Ao pular, agarrar teu sonho e cair? Se levante. Pois teus sonhos são realizados e outros serão criados em seus lugares.
Nunca se satisfaça de sonhos.
Não tenha medo de sonhar cada vez mais. Cada vez mais sonhos, cada vez mais um mundo.
Seja louco, feliz ou os dois. Seja tudo ou seja nada. Seja perfeito ao seu ideal.
Como correm as horas, os dias, cada vez mais sonhos, mais derrotas, mas realizações, todas vitórias.
Tudo tem seu tempo, mas o tempo corre mais rápido do que pensa.
Nos seus sonhos você tem um mundo. Do mundo, você cria teus sonhos.
Tenha o que quiser, corra atrás do que te fizer feliz.
Um sonho com algo, um sonho com alguém e assim se criam histórias, livros e vidas.
Um sonho pode ser até mesmo como a vida.
Ele tem seus conflitos, suas várias partes, é mais rápido do que pensa, tem suas emoções, tem suas dificuldades e por uma parte ruim, você até pode querer acordar.. mas quando acorda, você sorri e vê o quanto perdeu ao acordar.. e no fundo, você sabe que não perdeu nada. Tem começo, meio e fim. E se você sonha e depois tem que acordar... tem um motivo.
Então, levante e crie sua história de sonhos e fatos.
Aliás, o que uma história real, ou um conto de fadas, e toda vida precisa de um pouco de fantasia?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Manequins.

É como se eu estivesse parada e tudo corresse ao meu redor.
Corre, corre, corre e não para. Dá agonia.
Agonia, angústia. Dor.
Dentro a vitrine, eu vejo os que me olham e não olham pra mim.
Será que estou invisível?
Corre, corre e alguém se importa? Se importa em sentir o coração quase parando de uma estátua.
Sua história, seus passos. Ninguém os conhece.
As pessoas apenas correm, sem vontade de viver. Correm involuntariamente. Voluntariamente.
E durante esta viagem, ouço o que há de ser os mórbidos passos de pessoas sem mente, sem vida. Sem sonhos. Sem coração.
Entro em mortes súbitas e morro ao sair delas.
Por quanto tempo, um manequim aguenta, sem se quebrar?
Tudo vem, tudo passa, tudo continua, todos se vão e eu continuo ao mesmo lugar.
Largada, num lugar frio, parada apenas para ser admirada.
Mas ninguém admira. Não sirvo pra nada.
Será que eles já olharam através daquele vidro? Daquele olhar inanimado?
Será que já sentiram as cores florescerem ao redor?
Já pararam pra sentir, pensar, viver?
Em mármore, transpareço frágil, sou tudo o que eles queriam ser.
E tudo o que eles fazem é o que eu queria fazer. Ter o livre arbítrio de viver.
Só de um jeito diferente.
Inanimados ou não, todos acabamos como manequins.
Nessa sua vida superficial de figurino e rotina.
Apenas, manequins.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Perdida.


Escuro, os teus passos.
Sombrio, onde vai.
Se teu sangue corre pelo lugar errado, é porque não há mais espaço no teu coração e ele já cansou de ser desperdiçado. Perdido num oceano que os olhos não alcançam a profundidade para poder desenterrar este tesouro, que perdeu seu valor, e hoje está a enferrujar.
Só se ouve.. um som.. aquele belo som da dor e da morte que a segue, sempre tão perto, nunca alcançável..
Tão leve como a agua, teus perigos ocultos irão te matar. Mas, meu amor, se deixe sangrar. Não há jeito melhor de crescer.
Deste jeito, situo-me desolada.
De volta, o envolto frio do que é o vazio. E eu perdi todos os sonhos que por mim, um dia preencheram este lugar, assim como um sorriso.. um único e mais perfeito, perdido sorriso que preencheu meu rosto sem vida.
Perdi. E agora, caminho dentre um cemitério do mundo que um dia, deixei que passasse por mim, por meus dedos trêmulos.. Apenas tenho agora, aquela chuva lenta e tediosa que agora pode ser a unica vida neste lugar. Que traz com tua presença, a consequencia de meus atos. Que pode ser minha melhor amiga, pelo mínimo da sensação que me traz.
Eu morri junto com o ultimo de meus sonhos. Hoje, apenas existo.
E eu até podia sonhar mais um pouco. Mas perdi minha cabeça.
Perdi minha cabeça.
Perdi minha mente.
Perdi meus sonhos.
Perdi minha vida.
E me encontro, deixando-me em dedos gélidos e passos mortos por poças d'água.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Balão de Porcelana.



Uma vez me perguntaram se eu sabia explicar a palavra sentimento. Eu não pude; por mais que tentei. Eu expliquei; porém não bastava. Faltava algo. Ou alguém. Consegui explicar que sentimento não é uma palavra. Sentimento é uma ação; é um ser. Jamais consegui terminar de explicar sentimento. Eu começava. Mas nunca havia um fim.
Então me surpreendi a conseguir explicar sentimento.
Sentimento é como um balão de porcelana. É algo intenso, incrível, grandioso... Porém delicado. Um balão de porcelana, não se compra. Ele pode aparecer a qualquer momento, a qualquer hora, segundo, ou milésimo. Alguns exibem seu balão de porcelana sem cuidado algum, deixam todos tocarem, todos sujarem, não tem medo de que algo aconteça.
Ingenuidade. Definiria esse ato.
Você não desconfia que alguém irá fazer algo com seus sentimentos; seu balão de porcelana; acha que tratarão com cuidado. Enganado. Ficas depois. Todos manuseiam seu balão de porcelana como se fosse algo que se pode substituir. Não é tão fácil assim. É algo mais complexo. E então, você ingênuo, acha que não corres risco algum. Essa sendo a primeira vez que deixa alguém brincar com seu balão de porcelana. Até que algum bastardo não tem tanto cuidado e... Seu balão de porcelana espatifou no chão. E então pensa, e repensa centenas, milhares, bilhões de vezes, por quê foi deixar alguém brincar com seu balão de porcelana. E promete a si mesmo, que irá tentar consertá-lo, mas não deixará mais ninguém tocar nele.
Conserta-o.
Prende milhares de fitas adesivas, cola, e curativos. Guarda-o em segurança.
E o tempo pode passar, mas você sempre irá lembrar-se do seu balão de porcelana se espatifando no chão, se quebrando eu muitos pedaços, e o desafio de reconstruí-lo, e guarda-lo em segurança.
Alguém sempre irá aparecer novamente em sua vida. Você será engando. Verá um porto seguro naquele alguém; alguém a se confiar. Culto. Submisso. Com um jeito inesquecível e simples. Mas novamente inesquecível. Você decide pegar o seu balão de porcelana, e entregar a esse alguém, confiando que ele cuide bem. Nos primeiros tempos, o balão de porcelana é guardado com segurança por esse alguém. Mas um balão de porcelana é diferente de balões comuns. Ele é pesado, intenso, e guarda sua vida dentro dele. É difícil de carregar o tempo todo, por isso muitos o guardam, e só usam dificilmente a luz do dia.
Esse alguém parece segurar a sua vida com muito cuidado... Então você vira as costas, e ele irá pegar uma marreta, e irá acertar o seu balão de porcelana. Você só consegue ouvir o barulho, muito tempo depois, mas vê os pedaços voando ao longe, antes de tudo acontecer.
Lá está você.
Aos prantos.
Assustado.
E novamente se perguntando por quê deixou alguém brincar com seu balão de porcelana.
Conserta-o.
E guarda novamente.
Dessa vez, com mais remendos do que antes, e com mais segurança, até de si próprio.
Mas mesmo com toda essa segurança, alguém consegue entrar, pegar o seu balão de porcelana, e destruí-lo.
Você começa a se acostumar com isso.
Tem consciência que corre o perigo de ter o seu balão de porcelana quebrado.
Mas não se importa.
O balão de porcelana reluzente, polido, e tão magnífico hoje é um balão feio, sujo, remendado...
Você percebe que seu balão de porcelana nunca estará a salvo. Mas desde que descobriu que quem sempre errou foi você mesmo ao deixar os outros brincarem com seus sentimentos, não se importa mais com o quê aconteça com ele. Mas sempre está a ver e a lembrar como ele já foi.
E como é hoje.
O seu balão de porcelana se foi.
Agora ele é um balão de remendos, de sujeira e muito feio.
Agora apenas um alguém irá achar ele bonito.
Você não confia em mais ninguém, mas acho que uma parte do seu balão de porcelana ainda está intacta.
A esperança.
                                                                     
                                                                                                (Jho Brunhara)

Bailarina.


Minha vida agora soa como os passos confusos de uma bailarina.
Mas pequena bailarina, porque se põe a chorar?
Escrevo de caneta em minha história.
Estou tentando aprender, estou tentando viver.
Aprendi que depois de tantas lágrimas podemos recomeçar um sorriso. Mas depois de tantos erros, não sei como começar um acerto.
Talvez, eu olhe tanto para os erros que cometo que não consigo ver o caminho para um acerto.
Talvez, seja o problema do lugar onde parei, ou de parar neste lugar.
Eu quero um topo. Eu quero voar.
Olho então por cima de meus ombros e posso ver meu publico a chorar.
Queria que soubessem o quão isso me entristece e como eu queria consertar.
Mas, em poucos minutos, as cortinas se fecharão sem aplausos e talvez seja tarde para se desculpar.
Por mais que seja tarde, por mais que o passado não mude, não vale a pena a deixar. Fazer a história, fazer ela mudar.
Tenho que lutar e lutar.
Até que meus pés sangrem e manchem minha sapatilha, sentirei a honra transbordar.
Se depois de lágrimas, há um sorriso, porque não tentar?
E se tudo ou nada me custar. Não importa. Eles não vieram aqui para ver holofotes sem ter o que iluminar.
Quero vê-los sorrir, mesmo que sem apalusos.
Antes isso, do que vê-los ao me ver chorar.

Portas do Anonimato.

Dizem que na vida há muitas portas. Você só precisa escolher o caminho certo ao seu pessoal.
Mas um dia, eu descobri uma porta com muitas divergentes e algo incrivel, que muitos conhecem mas poucos podem ver.
Não era como um sonho ou paraíso.
Era como a monotonia por olhos magicos.
Por trás de portas sóbrias, havia um sol a brilhar. As pessoas e seus passos numa harmonia desregulada. Loucas vozes que poderiam até cantar. Sorrisos aqui, lágrimas por lá. Crianças de ouro, oportunidades a se perder.
Vi que ninguém em si, é falso. Apenas se vê obrigado a fingir. E algumas pessoas gostam muito de sonhar.
E por trás de outras mesmas portas, eu cantava com minha dor. Admirando a história de cada passo dado ali.
Num extase de minha alegria que transbordava tão suavemente pelos meus olhos, apenas aparentemente, vazios.
Como a primeira vez que me refugiei em teu olhar. Que me ouvi na tua voz. Que senti meu coração bater.
E então, de volta a si e meu canto fechado, vejo a madrugada silenciar sorrisos.
Solitária, minhas mãos estão molhadas daquilo que me veio ao sorrir.
Se todas as minhas lágrimas fossem estrelas, saberia o quanto choro toda noite, ao brilharem em nossos olhos.
Uma voz quieta, minha cantoria natural, agora mais baixa.
Meus sonhos acorrentados, me impedem de voar. Minha mente que tortura, num oceano sombrio, afogada... apenas, mais uma vez.
Mas assim vivo e sobrevivo, olhando para cima e esperando o meu quase paraíso com o sol que brilha e me alegra e me cega com o crime de uma embriaguez.