terça-feira, 20 de setembro de 2016

Sendo sincera.

Sabe, eu quero ser sincera com você.
Comigo e com meus sentimentos.
Eu sou meio doida por ti. Ou quem sabe, doida e meio.
Mas sabe, é que eu te amo.
E te encaro quando você não vê.
E coloco tudo em slow motion, tocando alguma musica bonita quando faço isso.
E sabe essa musica?
Eu ensaio ela com você no meu quarto enquanto você dorme.
E tiro fotografias do seu sorriso, quando estou sozinha.
Eu vivo milhares de momentos com você e em todos eles, eu te vejo.
Eu te vejo em um tipo de silhueta colorida.
São as cores mais bonitas e elas me fazem sorrir.
Eu sorrio pra você quando você não está aqui.
E todas as risadas que você já me deu sem saber?
Junto com as piadas que ainda não contei, porque ainda estou treinando enquanto olho pros seus olhos no reflexo do meu espelho.
E quando contar pra você, quero ouvir a risada com a qual eu durmo todos os dias, mesmo longe de ti.
Aquela mesma que eu paquero e você nem faz ideia.
As brigas que já acabaram em abraços e todos os beijos que te dei nos meus sonhos.
E agora mesmo estou escrevendo do seu lado, enquanto você quer ir embora.
A gente já foi em tantos lugares. E até mesmo já teve todas as idades.
E se eu dissesse que já voltamos no tempo, para a infância juntos que nunca tivemos.
Felizes de tantas outras formas e tempos e tudo.
Sempre eu e você. Nos sonhos que você me dá.
Com milhares de outras histórias lindas, assim como a nossa.
Pois tudo que tem você, nem precisa ter você aqui, pra ser lindo.

Pare.

Eu não quero que o tempo passe.
Eu não quero que passe, sem passa-lo do teu lado.
Eu quero escrever, mas o tempo me faz surtar.
O tempo corre, o pensamento corre, os dedos correm. E me atropelam.
Enquanto escrevo, dou pane.
Enquanto escrevo, tiques.
Meus tiques. Os tiques do relógio.
Tique.
Toque.
E faça parar tudo ao meu redor.
Eu mudo.
O tempo está mudando.
O tempo muda tudo.
E enquanto cada segundo passa, passo medo.
Pânico. Panes. Tiques.
Sem toques. Nada me faz parar.
Nada o faz parar.
Uma hora, todas as memórias queimarão.
Uma hora, quase agora, porém distante. Porém depois.
Tique. Taque.
Toque.
E nos faça parar.

Não.

Eu sou um colapso eternizado numa pausa.

Numa foto, memória.

Todo dia agora, é dia de morrer lá fora.

É dia de gritos e sofrimentos calados.

É dia de corações oprimidos, é dia de ausencia de corações.

Todo dia agora é dia de violencia sutil.

Aos olhos alheios.

De quem não quer ver.

De quem vê mesmo assim.

Interpretações.

Todo dia agora é dia de ter medo de sair da cama.

Eu não quero mais olhar vocês.

Eu não quero mais entender.

Não quero ouvir as vozes, as suas, as minhas.

Não quero ouvir o rádio,  não quero conhecer as ruas ou os novos modelos de carros.

Todo dia é dia de luta.

De correria pela vida.

De correria em que não se vive.

Eu não quero mais lutar.

Eu não quero conhecer as causas, consequencias, as minhas, as suas.

Todo dia é dia de correr das ruas.

Correr dentro de si mesmo.

Eu não quero nem a mim.

Eu não quero mais.

Eu não.

Dever.

Tudo ao meu redor, agora é desastre.
Criadora do caos, existe aqui há morte.
A morte dos pensamentos e da alma. Um tornado.
Meu interno não passa de correria.
Um monte de palavras soltas que não param.
Não param.
correm e assim vai o tempo.
Uma série de coisas e eu sou um fator.
Acontecimentos antes calculados, eu deveria saber.
Um monte de palavras soltas, não consigo alcançar.
Eu sou parte da dor.
Sento, desolada, isolada, desastrosa. Eu deveria saber.
Olho tudo que corre, sem fazer nada.
Sem mover um dedo.
Ainda a parte, faço parte.
Eu deveria saber.
Me limito a dever.
Quem somos nós?
Tão partes, partículas de uma destruição.
Movimenta-se harmoniosa, levando consigo vidas.
E até que é bonito, quando vai embora.
Almas dançando, indo embora.
A vontade esvaindo, sendo levada.
Um fim, pode mesmo ser um recomeço?
Eu deveria saber e me limito a dever.
Enquanto a vejo ir embora.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O tempo.

É uma pena que tenha tão pouco tempo contigo.
Somos como cenas de filmes.
Uma hora e meia de um filme açucarado.
Uma hora e meia que eu repetiria o dia todo.
Todos os dias. E você sabe, eu nem mesmo gosto de romances.
Mas foi de um romance que tirei aquele poema.
E você deve ter saído de algum, também.
Com as paginas amareladas pelo tempo.
É uma pena que tenha tão pouco tempo.
Os romances amarelados são os melhores e mais resistentes.
E você sabe, eu nem mesmo gosto de amarelo.
Mas todas as nossas lembranças vão amarelar.
Todas as fotografias que tirei enquanto te olhava.
Todo passo em sintonia, todo batimento de harmonia.
É como se o dia, parasse.
É como você parado na porta, me olhando.
É como eu te olhando, parado na porta.
Como se parasse o tempo.
E tudo passasse devagar.
Queria eu que passasse.
Passasse devagar o tempo pelos dias.
O brilho do sol pelos teus olhos.
Teus lábios sobre mim.
O brilho do teu sorriso sobre meu rosto.
E você sabe, eu nem gosto de coisas brilhantes.
É uma pena que tenha tão pouco tempo.
Vejo a lua surgir e sinto a cidade esfriar.
Vejo nuvens passarem devagar, embora o tempo passe depressa.
É como dançar com você, uma música só.
3 minutos de melodia, um dia inteiro eternizado.
E aquele momento nunca vai acabar.
Você tão perto de mim e nossos pés tão atrapalhados.
Com olhares determinados, determinando sorrisos.
Eu nem sei mais por qual dos milhares de motivos, eu sorrio quando estou do seu lado.
E você sabe, eu mal gosto de sorrir.
Mas aprendi a gostar.
A gostar do seu, que gosta do meu.
A gostar do meu, que gosta do teu.
E no fim do filme, você é a sentimento do romance.
A inspiração do poema. A luz das fotografias.
É uma pena que tenha tão pouco tempo.
Quando nem a eternidade é o suficiente.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Anotação aleatória 9 - Flor.

Somos a flor de um solo podre.
Uma criança aprisionada numa armadura é causa.
Mas ainda assim, ela está aqui.
E eu serei e me permitirei o ser até que isso me tire, não só a vida, mas a alma.
Só uma criança é pura e ama.
Os outros se compõem de pedaços de papel que, alguém disse um dia, que tem valor.
As crianças sabem, o porque elas estão aqui. Os mundanos já esqueceram.
A parte mais bonita e pura também tem almas corrompidas.
Ceifadora.
Tentando viver por mente e coração de outros.
Absorvendo experiencia e idade, ao longo dos dias.
E.. vivendo nesse mundo... acaba não se tendo como fugir de ser parte desse solo.
Poluído. Podre. Decomposto. Morto.
Mas é, mesmo assim, daqui que as flores nascem.
A questão é.. se a vida e o universo, não tem seus limites ou contornos, sua definição ou sentido.. porque algo, tão poderoso como uma alma, deveria ter?
Alma por alma, muitas vem, mas nunca vão.
Uma alma não morre. Continua viva. Mesmo no brilho dos olhos de quem não mais a vê.
À essa hora da manhã, querido, estamos aqui. E não há de ser em vão.
Somos a diferença.
Somos a flor de um solo podre.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Desa(r)mada

Eu podia passar a noite toda aqui.
Escrevendo sobre lagrimas. Sobre as lagrimas.
Talvez isso vire romance. Para mim, só melancolia.
Enquanto lembro do sol refletindo em seus olhos.
Eu passaria a noite aqui.
Ouvindo prantos alheios.
Com nó na garganta, marca no dedo.
Vazio no coração.
Vazio nas mãos.
Música não corre mais pelos corredores.
As ruas vazias, algumas luzes nas ruas. Nos prédios.
O quarto vazio. Sou toda escuridão.
Eu acho que vou passar a noite aqui.
Soluçando, sem solução.
Perdida.
A carta que lhe dei, especificava.
Você é minha luz.
E minha luz há de partir.
Pois, pela primeira vez, escuridão não dá lugar para luz.
Eu ainda clamo por você, em silencio.
Corro atrás de ti, no canto do quarto.
Desarmada, eu me rendo.
Mas se me concede um ultimo desejo...
Apreciaria de novo, o sorriso gracioso o qual sou incapaz de trazer de volta.
Aprenderia a dançar, conforme o vento no seu cabelo.
Amaria mais, cada centímetro iluminado do teu corpo.
Daria menos por outra vida, quando os olhos da minha vida me cobriam.
Aprenderia que tu não é mundo e olharia mais pras estrelas.
Eu vou passar a noite aqui.

Hoje a noite, não há estrelas.
Nem nuvens, só chuva.
No meu rosto, no meu corpo.
Na minha mente.
Guerreio dentro de mim pra trazer de volta o teu beijo, de volta o teu corpo.
Mas meu amor... eles não são meus. Não mais.
Desarmada, "desamada".. eu me rendo.