sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um pouco de paz.

Esta luz que atravessa minha janela que me causa dor. A dor me acorda.
Involuntariamente desperto.
Está muito cedo, mas os primeiros raios já conseguem me cegar.
Vento frio da manhã de um novo dia, sopro gelado de mais um tempo de vida com clima morto.
Fecho a janela. Não quero esta luz a invadir meus sonhos. Nem esse frio que me chama para o que tem o apelido sem lógica de vida.
A paz agonizante que almejo na escuridão. Me perco em sentimentos vazios. 
Nesse cantinho pequeno e escuro encontro, por mais estranho que possa parecer, harmonia. Entre mim e minha consciência.
Não quero abrir minha porta para o mundo.
Quero continuar com minhas pelúcias e sonhar. Sonhos que me levem para algum lugar. Que me deem o minimo sentimento de vida para poder aguentar.
É triste ouvir a minha situação através da porta do meu quarto, nesse exato momento.
Meus olhos, cadeias avessas. A cada vez que os fecho, algum sentimento aprisionado escapa.
Me decepciona, o quanto coisas tão boas quantos sonhos, possam me iludir.
O que nos tornamos enfim? Amantes do nosso próprio espelho que refletem os nossos erros.
Ah, se algo como aqueles raios de sol pela manhã pudessem realmente me cegar. Ou até mesmo me matar.
O que me protege são as quatro paredes do meu quarto.
Os gritos, as lagrimas, as palavras vazias de consciencia com o ódio que a substitui.
Esse silêncio de luto pelo seu particular, que me invade e me corrói.
Queria que pudesse esconder tudo de mim, ao invés de me esconder de tudo.
Não é medo que tenho. É desprezo.
Me vejo caindo em pensamentos e quando meus olhos voltam a realidade me pego olhando para o teto.
Viro minha cabeça e vejo uma parede. Talvez, que me proteja de tudo, mas é algo de que enjoo.
Viro novamente e vejo uma janela. Aquela mesma que eu fechei. Como uma simples janela, só me dá uma visão mais ampla daquilo que não me agrada. Como um fim da vida, me dá o começo de uma paz e descanso eterno. Longe de tudo isso.
O silencio após os gritos.. os movimentos desleixados.. o tempo sem vida. Os pensamentos rápidos, dores que permanecem..
O café de ontem que agora está frio, continua na mesa. Aquele batom que nunca acaba.
As lembranças ruins que agora me fazem falta, continuam em minha mente. Essa dor que nunca acaba.
É a mesma rotina. Mesmas lembranças. Novas dores.
Esse deja-vú que nunca passa.
As horas que passam e se repetem.
Os tempos que vivem a se repetir.
Talvez esse não seja o melhor lugar.
Mas encostada nessa parede, este é meu refúgio.
Onde posso seguir o coração e escutar minha mente.
Onde pensamentos me vem e me contém. 
Onde lagrimas me confortam.
Onde tenho um pouco de paz.

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