segunda-feira, 8 de junho de 2015

Eu ainda lembro.

Eu ainda lembro.
Eram dias como aqueles. Manhã cinza, frio nos pés.
Se olhasse direito, podia ver sua pele cintilar na luz do amanhecer.
Ainda posso sentir a desarmonia nos nossos pés, ao dançar.
A harmonia, nos nossos sorrisos, ao errar.
Doce som era o teu riso.
Doce som era o teu violão cantando para mim. Como no primeiro dia. Como se fosse pra sempre.
E eu cantava de volta. Qualquer música era nossa.
Era mágico, era amor.
Eu ainda lembro.
Eram dias como aqueles, chuvosos, tudo era frio.
Choviam lágrimas. E todo toque parecia sangrar. Arranhar. Mutilar.
Meu bem, o que foi que eu fiz?
Foi a minha ambição ou sua ingenuidade?
Eu sou demais.. ou de menos?
Não, não. Por favor.
Não deixe de sorrir ao meu lado.
Porque não lhe faço mais bem? Será que já lhe fiz?
Ou sou incapaz de trazer felicidade a alguém.
Tanto companheirismo e morremos dentro de nós mesmos.
Tantas mãos dadas e vivemos longe um do outro.
Minhas sequelas, meus pesos. E minha vontade de te ver sorrir.
De ver de novo, o amanhecer por cima do seu ombro.
De sentir o seu cabelo bagunçado pelos meus dedos.
Eu ainda lembro. Eram dias de chuva. Mornos, serenos.
O jeito que me olhava, o jeito que ria.. mal falava.
Dançava mal, mas dançava feliz.
Me encarava como se o anjo fosse eu.
As explosões, as esquisitices.
Meu anjo, eu era a bomba.
Sequelas demais, peso demais.
E cada sorriso teu era tempo, segundo, precioso.
O que eu fiz, meu bem?
Eu detonei.
E ainda quero lhe ver sorrir.
Sorrir como sorria quando me via com o cabelo bagunçado.
Sorrir como sorria quando estava do meu lado.
Sorrir como eu não sou capaz de lhe fazer sorrir.
Nada mais é magico, nada mais é amor.
É só mais uma história e o sol por cima dos ombros.
Livres.
A mim, a noite. Eu ainda lembro.

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