sábado, 2 de maio de 2015

Nada.

O que eu tenho? Nada.
Meus problemas, nada.
Meu coração se faz do cinza de uma manhã.
Meus sorrisos, empoeirados.
Minhas lágrimas secaram.
Eu sou a brisa tímida de um dia doloroso.
Contra meu rosto.
Eu não sinto nada.
Entro e saio dos lugares, calada.
Rompendo meu canto escuro, pela pouca luz de um bar.
Vivendo dias que não são nada.
Nada, além de histórias inúteis.
Que vão esvaecendo com o passar da meia noite.
Substituídas pelo vazio do amanhã.
Dou meus passos pelas ruas.
Sob um céu impiedoso.
Céu cujo tom só piora a ansiedade.
Ansiedade por um dia de pura falta de cor.
Estrelas.
Ouvem o eco das minhas batidas cardíacas.
Em ruas cheias de sorrisos vazios.
Dos ventos noturnos vestindo mascaras sociais.
Cercada de pessoas dizendo tudo que não é nada.
Pessoas que não são nada.
De nada, estou cheia.
E nada é tudo e todos que tenho.
Meu livro escrito de paginas em branco.
Meus contos, de tintas ainda lacradas.
Minhas fotos sem cor nenhuma.
E vivendo nada, viver não é nada.

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