sábado, 2 de maio de 2015

Festa.

Eu não sei qual foi a ultima vez que essas paredes viram luz.
Não sei qual foi a ultima vez que ouvi aquela porta ranger.
Que ouvi passos, ou vozes.
Se não, os meus próprios fantasmas.
Vivendo no escuro, onde ninguém pode ver.
As velas do bolo, não há ninguém para apagar.
Ali, cuidando para que ninguém entre.
Incendiando a paz, a esperança e minha mente.
São as cinzas das cores que ali caem.
São as cores das coisas que ali morrem.
Cada pedaço desse lugar, a queimar.
Cada pedaço de mim, a morrer.
E o primeiro pedaço, para quem vai?
Quem vai, quem vou, quem vem.
Ninguém.
Não há nada aqui.
Atitudes inúteis, esperanças involuntárias.
Só minha mente queimando.
Queimando o pavio, o bolo, a casa.
Intacta. É o que me condeno a ser.
Ver tudo se desfazer em pequenas cinzas.
Desabando em cima de mim.
Me vendo estourar, continuar intacta.
Sentindo a dor, continuar intacta.
Ver o fim da festa que ninguém sabe que aconteceu.
Mandar convites para que não queimem comigo.

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