sábado, 2 de maio de 2015

Água do banheiro.

Eu não lembro quando foi que tantas nuvens apareceram.
Quando foi que essa cidade decadente estourou todas as luzes de uma vez.
Quando foi que meu cardápio do dia virou um monte de desgosto e tentativa de sumir.
Quando foi que minha veias estouraram todas de uma vez.
Mas dessa vez, eu vou vomitar palavras.
Essa é uma daquelas horas em que você começa a falar da sua vida como se ela fosse inspiração.
O ideal da desgraça.
E eu sou um monte delas.
Saltitando no parque, morrendo por sorrisos.
E embora uma soubesse que eu ia chegar a esse ponto, a outra estava feliz com isso.
Pois todas elas já passaram por essas lagrimas antes.
E estava cada vez mais perto, eu já sabia.
Meu filme já estava quase sem cor.
E agora nem luz temos.
Então vamos ler poesias em busca de esperança.
Esconder os olhos vermelhos, atrás de telas com vozes antigas.
Talvez, já mortas.
E como faz para morrer só por um tempo?
Até conseguir viver de novo.
Porque eu já nem sei o que isso significa.
Acabe comigo por favor, inalcançável.
Não se faça de gelo de novo.
E como é engraçado que se assemelhe ao inicio de seu fim.
Acabe comigo, por favor.
Fins de semana com sorrisos marcados.
Minha agenda foi queimada.
Não se deixar atingir é a pior das defesas.
A pior das dores. A pior das vitórias.
Então acabe comigo, por favor.
E me faça largar de vez minhas próprias armas.
Minha própria armadura.
Meu próprio veneno corre nas veias.
Acabe comigo, por favor.
E dance, logo após.
Porque eu já desisti daquele sorriso.
Aquele que acabou refletido na água do banheiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário