sábado, 2 de maio de 2015

Pesado.

Eu vi os céus chorarem e então saí.
Naquela manhã mais cedo, o unico calor dentro de mim era o café preguiçoso que fiz quando acordei.
Não havia vida por aqueles corredores.
As paredes pareciam lamentar. Sua tinta já era pesada, estavam envelhecendo.
Infiltrações de água que poderiam romper a qualquer momento.
Bem acima da minha cabeça.
Os céus choraram e eu sai.
Pelas ruas pertubadas, eu as ouvia gritarem.
Serão teus gritos, histórias de passos calados que por ali sofreram?
Serão teus gritos, minhas histórias?
A cada passo, me sentia morrer.
A cada toque, sentia meu corpo.
Mas nada de alma.
Deverá ela, ter se perdido em algum de meus passos?
E quantos passos deve se dar para deixar sua alma escapar?
Jogando a si mesma na cama várias vezes, numa esperança desesperada.
De uma morte, um desmaio. Um coma, uma convulsão.
Ou até mesmo uma febre, um enjôo, um drama.
Mas tudo que tenho são essas goteiras chorando em cima de mim.
Tendo como a unica sensação de vida, a agua batendo em meu rosto.
E a sensação de viver sem uma.

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