quinta-feira, 24 de maio de 2012

Movimentos mortos.

Me sinto sozinha, mas não estou.
Vejo rostos desconhecidos.
Rostos formados por sombras no escuro.
Distorcem-se até se misturar com o que é trevas.
E se refletem em paredes brancas feitas do vácuo e o nada em seu redor.
Meus demônios me cercam e me torturam por dias.
Dias estes, intermináveis até então.
Sinto a presença da solidão, a falta de alguém.
Estes estão aqui e são minha companhia pelo tempo.
Meus passos sempre acompanhados de um abismo.
Minhas mãos preenchidas por sangue.
As calçadas, as ruas sempre cheias.
Nessa cidade movimentada por almas mortas e faces insignificantes.
E num bar qualquer, músicas sem voz.
Palavras incompreensíveis. Movimento inebriante de vultos tenebrosos.
Tudo o que importa é minha história e o martini que pedi.
Minhas companhias estão aqui, minhas cadeiras estão cheias.
Não, não pode sentar aqui. Tem gente.
Eu não preciso de gente aqui.
Tenho minhas companhias.
Minha dor.
Minha solidão.
Meu sangue.
E a história que nos envolta.
Sempre está aqui.
História que não estou sozinha.
Uma história de que o sangue é meu amigo.
E que na dor, não há perigo.
Essa velha história.

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