sábado, 10 de março de 2012

Arrogância da Harmonia.

Como se cada sorriso sugasse um pouco de vida.
Como se meus gritos escapassem pelos meus poros.
Como se a dor fosse um passatempo.
Chega a um estágio de tanto ódio, em que o amor começa a queimar.
Como se tudo isso foi apenas mais uma brincadeira. Como se a dor me fizesse sorrir.
Quando sorrir me causa a dor.
Encolhida nesse canto, de roupas pretas e longas, me torturando mentalmente.
Faço de tudo para que essa sensação horrível passar, ao mesmo que ela me conforta.
Deixo que a água lave essa angustia, mas é como se ela não tocasse meu corpo.
Desviasse e evitasse de me curar.
Ouço músicas ao tempo em que qualquer ruído me enlouquece.
Meu telefone ao meu lado, uma esperança de uma ligação, só para ter a quem dizer que não quero falar com ninguém.
O observar daquele orvalho a escorrer numa folha, a impaciência de esperá-lo, o impedir de fazê-lo ir mais rápido.
Acho que todos nós precisamos de um pouco de dor. Para ter um pouco de história. Para ter um motivo pra sorrir algum dia.. ou uma razão pra nunca mais se fazer em lágrimas.
Não é como se fosse bom.. mas uma hora, chega a não ser tão ruim. Como uma rotina. Um rotina que inclue dores após sorrisos e vice-versa. E por não ter mais surpresas, já não há emoções. Já não se sente mais nada.
E estas palavras entaladas na garganta e esse sufocar da minha alma e todas as cicatrizes um dia, terão suas razões.
O correr do meu sangue nas minhas veias, o correr do meu sangue numa lâmina serão apenas lembranças.
E um dia, o meu sorriso vai esbanjar aquilo do que sugou.
Mas por enquanto, apenas convivo com minha rotina.
Apenas convivo com minha vida e futura história.
Apenas convivo com minha dor.

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