quarta-feira, 7 de março de 2012

Cinderela desencantada.

Em mais um baile, sou barrada.
Por ser a unica sem uma mascara.
Unica com uma mente que funciona junto com uma boca, e sem nenhuma vontade de controle.
Por ser a unica diferente.
E não minto, ainda tenho vontade de fazer parte desse mundo.
De altas classes e almas baixas.
Mas não cubro minha mente, por eles considerada suja, por baixo de vestidos longos de cetim e brilhantes, acompanhados de uma carteira cheia do que eles mais tem: Falsidade.
São pagos com orgulho, mentiras, sorrisinhos estúpidos e uma falsa felicidade que eles conseguem ter como ninguém.
De terno negro para emagrecer o ego. De salto alto para disfarças o quantos são baixas. De mascaras pra esconder o que eles queriam ser. O que eu sou.
E enfim resolvo me render a este mundinho patético.
Vestido longo e preto, pra representar o luto pela pessoa que eu era e para esconder o quanto eu sou pé no chão. Eles não aceitam isso.
O salto alto, a maquiagem pesada, as mascaras que por mim, vagam sem me reconhecer. Para a guerra, estou armada.
Um sorriso falso, meu enfeite. Posso ser aceita, nesse baile de mascaras?
Em meus primeiros passos, sinto o frio daquele chão sujo de cristal.
E vejo você ali, sentado. Tomando um drink.
Seus olhos, visíveis por trás da mascara, parecem abrir portas para uma alma perfeita.
Seu toque delicado, seu jeito dócil de me chamar para dançar, suas risadas quando piso no seu pé, sua voz ao dizer meu nome, seu jeito de me olhar.
Percebo então, que você é mais um frequentador dessas festas de portas esnobes.
E já é quase meia noite, hora em que identidades se revelam.
E você é só mais um mascarado, que nunca vê o dia e as ruas por trás desses lustres.
E a alma que vejo, só está presa pelas grades de mais uma mascara.
Me despeço, dou uma ultima olhada naquele sonho preso e retiro minha mascara, como retiro minha pessoa dali.
E deixo então, aquele sapatinho que me machucou a noite inteira.
Para quando você sair por essas portas, saber qual sapato marcou o caminho que você deve seguir.
E por estas ruas então eu sigo.
E mesmo que não seja aceita de novo.. fui eu quem ganhou a guerra.

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