terça-feira, 24 de abril de 2012

Rotina paralela.

Abro os olhos e desperto da cadeia de sonhos em que me pus. Levanto. Tonteira leve anuncia um novo dia.
Pode ser apenas mais um. Pode terminar incompleto.
Dos pensamentos desvio, mas eles mantém a insistência de me perseguir.
Nos primeiros repetitivos passos, me vejo. Me vejo, em tudo do que não passa de rotina.
O ar, arrogante que se faz, contorna minha silhueta, me dando apenas um pouco de si e então se vai, deixando que o calor faça pesar a vontade sobre meus ombros. Deja vú.
Abro a janela e deixo os mais suaves fantasmas entrarem. Observando o infinito azul, me mergulho num lugar de sonhos com a ilusão de olhos atentos.
Num lugar, onde sonhos nos fazem felizes e a felicidade é preservada. Algumas palavras desse mundo, escapam de minha boca, leves. Algumas emoções pouco mais intensas, que violam este lugar, correm por meu rosto.
Algumas histórias se traduzem em toques, se permitindo refletir na ponta dos meus dedos.
E então, sou retirada brutalmente de lá. Me obrigo a expulsar-me de paraísos. Para um mundo onde o paraíso ainda é uma questão. Onde sinto falta da vida que meus sonhos me são. Mas, ainda tenho no coração a certeza de que lá me recupero a alma em alguma hora, mais tarde.
Mãos entrelaçadas, um quase sorriso no canto da boca, respiro as ultimas forças.
Para poder enfrentar o resto do tempo.
Para poder fechar os olhos ou fechar o alheio.
E voltar a sonhar por dentro dos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário