(Ele te ama.)
Ama! Ele me ama igual ama um brinquedo que ele brinca até enjoar, coloca na prateleira e quando quiser pega de novo.
(Quando quiser?)
Sim.
(Se fosse assim, ele já tinha pego. Acontece que agora a prateleira tá muito alta.)
Alta o suficiente pra ele subir e pendurar-se nela.
(Mas ele ainda não consegue alcançar o brinquedo.)
Só que quando a prateleira cair ele vai derrubar o brinquedo.
(Mas a prateleira só cai se o brinquedo quiser. E aí brinquedo?)
[...] O que aconteceria se o brinquedo caísse?
(Certamente, ele brincaria com o brinquedo de novo, poderia se cansar de novo e guardá-lo de novo. Mas fica nesse ciclo vicioso se ele gostar do brinquedo. Mesmo que enjoe ele sempre vai amá-lo e vai voltar para o brinquedo.
Só que, seu coração não é um brinquedo. E é você que sabe se seu coração pode suportar a dor de ser usado e ser jogado de novo. Considerando o fato, de que ele ainda ama, seja como for.)
Só que o brinquedo queria poder ser utilizado de verdade, não só como um enfeite.
(Brinquedo, és exclusivo, você tem opiniões e pode expressá-las. Continuarás como mais um brinquedo sem opiniões ou vai mostrar o que você tem de exceção?)
Como assim?
(Você pode mostrar que tem algo de exceção, e dizer para que realmente serve. Ou pode mostrar que é apenas mais um do qual ele vai enjoar e colocar na prateleira.)
(...Escolha.)
(Mrs. J e L. Oliveira.)
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