sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ferro e ouro.

O tempo se passou.
Tão rápido, vulto inalcançável.
Empoeirou meus tesouros.
Tesouros que já não brilham mais, pois o Sol não atravessa as janelas cegas.
Porta de rachaduras infinitas, mas que nunca se abrem.
Um canto escondido e úmido.
Me dá a vida e a sensação de morte.
Eu só queria o Sol para secar as lágrimas de minhas roupas.
Para me fazer brilhar os olhos.
Para me fazer ressuscitar a alma.
Cascatas me derrubam e não me deixam levantar.
Porque tudo não para de cair.
E o tempo não para de correr, e eu o deixo escapar, derrotada por tuas consequencias.
Se eu era de ferro, lágrimas me enferrujaram.
E hoje eu não sou nada.
Desvalorizada sucata.
Mais um pedaço de lata.
Sendo chutada por aí. Sem utilidade, sem valor.
Mas infelizmente, hoje tenho coração. Coração de ouro. Que não enferruja.
Muito valor inútil.
E então chego a uma conclusão:
Ferro e ouro não combinam.
Eu e coração também não.

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