segunda-feira, 4 de junho de 2012

Caixinha.

Por uma luz dispersa, me encontro.
Mas a escuridão encobre meu rosto.
O que vejo não sou eu.
E não sei como se tornou assim.
Mas aos poucos me trituro e vou me tornando mais uma partícula de angustia do tudo-nada ao meu redor.
Essas partículas de mim que não conheço.
Agitadas, atordoam o que se faz em calma.
Difícil conter tanta coisa num lugar tão pequeno.
Mas, por ser variado, se faz grande. E me faz perdida.
Perdida.
No meio de toda confusão a si própria, procurando seu rosto.
Vozes distorcidas nos mais vários do tons me enlouquecem.
Mas eu não consigo distinguir a loucura do normal.
Não consigo distinguir o eu dos meus afins.
E embora minha expressão paralisada transpareça serena.
Ela não é real. Nem mesmo minha.
Eu devo ter me perdido por aí.
E continuo a me procurar.
Mas é difícil me achar nessa caixinha, tão cheia.
Cheia de partículas de mim.
Do eu que não conheço.

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