sexta-feira, 1 de junho de 2012

Madrugada.

Observo essa madrugada chuvosa.
Dançando com os dedos pelas bordas da janela.
Sinto teu gelo na ponta dos meus pés.
E não posso parar a chuva que ocorre em meu rosto.
O céu dos meus olhos se fecha e inundo meu corpo com ela.
Madrugada, queria ser como ti. Fria.
Tuas dores caem e pesam sobre a cabeça de quem lhe ignora.
Bela madrugada és.
Brilha com estrelas no céu e tua chuva brilha no solo quando se transforma em orvalho.
Posso me ver como ti.
Chorando para todos verem e ninguém se importar.
Repentina e espontânea.
Sem precisar de um porque.
E depois de ti, vem um arco-íris ou um novo dia, quem sabe.
E são novos dias, até que chova de novo.
Sem saber qual será o próximo a receber tuas imparáveis gotas.
Madrugada, porque tanto chora e do nada?
Será porque está ali enquanto todos dormem.
És tão desvalorizada.
Mas fria como é, suponho que não tenha um coração.
Algum dia, poderei me ver como ti.
Porque espero que um dia, eu também não.


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