domingo, 29 de julho de 2012

Ela me disse.

Noite serena aquela, poderia ser o fim de minha vida.
O brilho da Lua, clareava minha pele ao invadir meu quarto pela janela, tampouco aberta.
Deu-me um susto, o celular que quebrara momentos lentos, soando altamente.
Era o som de sua voz.
De sua doce voz, numa entonação extremamente fria.
O toque sonoro, completamente sem vida.
Eu poderia sentir suas lágrimas sob minha pele.
Ou apenas o suar frio do meu nervosismo.
Declarava-me o seu amor.
Declarava-nos o seu fim.
Dizia-me que teria que partir em breve. Sem me dizer o porque.
Quem sabe atrás de uma alma, em razão de um coração.
Desligou o telefone nas palavras doces da voz suavemente morta.
Desligou o telefone pouco antes da explosão bruta que, por muito pouco, ouvi.
E aquele foi o ultimo dia que a vi.
Lembro-me da manhã daquele dia, quando vi seus olhos brilharem ao me ver.
Quando senti seu abraço confortável, seu beijo calmo.
Foi o ultimo dia que a vi.
Mas sei que vou encontrá-la de novo algum dia.
E sei que ela me vê. Sei que me ouve. Sei que está comigo.
Pois é isso que ela me disse que os anjos fazem.

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