quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Abismo espiritual.

Ventos fortes, o que podem me trazer?
Por tão simples que os fazem, me trazem desastres, com ou sem compaixão.
Toques seguros me levam ao mais básico do abismo.
Abismo de minhas razões que se prostituem e se deixam levar pelo mais confuso do meu interno.
Sem meu controle, dentro destas grades, o que adianta.
Uma luta sem fim, contra mim, jamais vencida até que todos estejam... mortos.
Luzes fantásticas a me cegar, uma fantasia que dói, alguém a me amar.
Lágrimas caindo podem me aliviar, não importam de quem.
A alegria em meus olhos ao me ver sangrar. Genocídio interno representado pela tempestade do meu olhar.
E a cada passo, teus pés se diluem na água. Indo ao fundo, é difícil voltar. Cada passo é irreversível. Se torna invisível mas nunca poderá ser apagado. Teus rastros terminam aqui, numa cova oculta. Num tumulo ao teu interior. E quem irá chorar?
E tudo acontece ao olhar vazio de alguém semelhante ao que teu olhar representa. Que se preenche por guerras, preenchendo teu próprio cemitério mental.
Coração que para junto com teu ar. Movimentos inexistentes, sem ar e nem razões para respirar. Numa caixa, onde só há a memória funcionar. A memória nos traz vida. A vida nos faz querer sonhar.
Sentir teu toque a cada palavra. Sentir teu beijo a cada sonho, sentir-me segura a cada queda, e só não ser perfeita, por não estar completa. Por não estar aí. Parar de guerras comigo mesma e começar a lutar. Encher-me de emoções espontâneas e organizadas.
Vou me embriagar para cair numa sobriedade ilusória e começar a viver coisas que tenham sentido.
De olhos vendados, ou mente vazia, me focarei no que é vida. Uma vida com mais sentido, por não saber o que é em si. Mas descobrir por si.
Para que minha alma ainda possa chorar de orgulho sobre meus pés frios e minhas veias paradas.

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